Categorias: Juros

Vale a pena utilizar o pagamento mínimo do Cartão de Crédito?

A principal armadilha do cartão de crédito é o Pagamento Mínimo, muitos clientes não sabem disso e acabam sendo surpreendidos pela taxa de juros, que em muitos casos, transforma uma simples dívida em uma verdadeira bola de neve, isso porque já existem administradoras que chegar a cobrar incríveis 800% ao ano de juros, trata-se de uma agiotagem legalizada. Na prática o cliente que faz um pagamento mínimo está financiando o saldo restante da fatura – diferença entre o valor total da fatura no período e o valor pago – com a maior taxa de juros do mercado.

A maioria dos consumidores que estão com o “nome sujo” – consumidores que estão cadastrados no SCPC ou Serasa – é por conta de alguma dívida contraída com o cartão de crédito, sendo o principal culpado a taxa de juros do crédito rotativo.
Normalmente o valor mínimo do cartão é de, pelo menos, 15% do valor total da fatura no período – embora em algumas administradoras o valor mínimo seja de 20%. Na tabela abaixo é possível ver o valor total aproximado da fatura e o valor mínimo, levando em conta que a maioria dos administradoras oferece o pagamento mínimo do cartão de crédito de 15% do total da fatura, ou seja, é possível refinanciar até 85% do total da fatura.

Simulação de pagamento mínimo e saldo máximo financiável

Pagamento total

Pagamento Mínimo

Saldo máximo a ser financiado

R$ 100,00

R$ 15,00

R$ 85,00

R$ 300,00

R$ 45,00

R$ 255,00

R$ 500,00

R$ 75,00

R$ 425,00

R$ 800,00

R$ 120,00

R$ 680,00

R$ 1.000,00

R$ 150,00

R$ 850,00

R$ 2.000,00

R$ 300,00

R$ 1.700,00

R$ 5.000,00

R$ 750,00

R$ 4.250,00

A primeira vista, pagar o mínimo parece ser uma vantagem, dá a sensação que o cliente vai economizar pagando um valor menor da fatura. No mês seguinte vem a “surpresa”, uma fatura com o valor total + taxa de juros (dependo da taxa do rotativo), isso dará a sensação de que nada daquela fatura foi paga, “o dinheiro foi jogado fora“.

A taxa de juros varia de acordo com o Cartão de Crédito que o cliente possui. Segundo um levantamento do Banco Central do Brasil (BCB) a taxa média anual do crédito rotativo dos cartões de crédito é de 403,5% ao ano.

Exemplo: Se o total da fatura é de R$ 2 mil, então o cliente tem a opção de pagar R$ 300,00 (pagamento mínimo), porém os R$ 1.700,00 restante será financiado com os juros do rotativo do cartão de crédito, cujo valor varia de 13 a 20% ao mês! Dependendo da sua administradora. Sendo assim a taxa de juros no mês seguinte pode ser maior que o valor do pagamento mínimo, diante disso você pode ter a sensação de que não pagou nada daquela fatura, seu saldo devedor pode até aumentar.

Exemplo

  • Valor total da fatura R$ 5 mil;
  • Cliente efetua o pagamento mínimo de R$ 750,00;
  • Taxa de juros mensal do cartão de crédito: 13% a.m
  • Valor total da próxima fatura: R$ 4.803,00 (levando em conta o atraso de 30 dias).

Lembre-se: a dívida no nosso exemplo era de R$ 5 mil, cliente pagou R$750,00 no mínimo e no mês seguinte terá que desembolsar mais R$ 4.803,00 (não incluído o IOF), R$ 553,00 só de juros em 30 dias. Isso levando em conta conta uma taxa de juros mensal de 13%, já há administradoras cobrando mais de 20% a.m de juros no cartão de crédito.

Pagar o mínimo definitivamente não vale a pena! Você só deve fazer isso caso não tenha outra escolha. Se possível tire um empréstimo em um banco, use uma taxa de juros menor para pagar o total da sua fatura, lembre-se de que o rotativo do cartão de crédito é atualmente uma das maiores taxas de juros do mercado, agiotagem pura!

Aqui no blog recebemos diversos comentários pedindo ajuda. O leitor normalmente afirma que fez um pagamento mínimo de “X” e no mês seguinte a sua fatura chegou com um valor superior ao valor total + juros, como se ele não tivesse efetuado nenhum pagamento. Esse é o famoso efeito “bola de neve” causado pela alta taxa de juros do crédito rotativo do cartão de crédito, então não seja surpreendido por ele.

Dicas:

  • Nunca gaste mais no cartão de crédito do que pode pagar;
  • Pague sempre o valor total da fatura;
  • Caso não consiga, procure outra linha de crédito com menor taxa de juros para pagar sua dívida (empréstimos com terceiros, bancos, crédito consignado, etc);
  • Se o pagamento mínimo for inevitável, procure pagar o máximo valor possível entre o valor mínimo e o total da fatura;

 

Pagamento mínimo virou rotina – Uma dica preciosa, se você não conseguir pagar o total da fatura por mais de dois meses consecutivos, não pense duas vezes, cancele imediatamente o cartão de crédito e peça um parcelamento de todas as suas dívidas, isso evita que você fique “refém” dos juros do cartão de crédito. Ao cancelar um cartão é possível negociar todos os seus débitos com a administradora de forma parcelada (e com juros menores), não faça outro cartão até que consiga quitar sua dívida.

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Adm

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