Brasileiro paga mais com Pix do que com cartão de crédito



Brasileiros preferem Pix a cartões de crédito, revela estudo do Banco Central.

Uma nova pesquisa divulgada pelo Banco Central do Brasil ilustra uma mudança notável no panorama dos pagamentos no país. Segundo os dados, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado em novembro de 2020, ultrapassou o cartão de crédito como o meio de pagamento mais popular entre os brasileiros.

Conforme o estudo, o Pix atualmente responde por 29% de todos os pagamentos, superando os cartões de crédito, que representam 20% das transações. Em seguida, aparecem os cartões de débito, responsáveis por 19% das transações.

câmera do celular no QR Code

Com rápida adoção, brasileiros trocam cartões pelo Pix. Meio de pagamento instantâneo do Banco Central superou pelo primeira vez os pagamentos com cartões de crédito no Brasil.

Esse resultado surpreende, pois o Pix ainda está em seus primeiros anos de operação. No entanto, sua popularidade crescente pode ser atribuída a sua conveniência tanto para pagadores quanto para recebedores. Para pessoas físicas, o Pix é isento de taxas, e para os comerciantes, o sistema permite o recebimento de pagamentos em até 10 segundos sem a necessidade de pagar taxas de maquininhas de cartões.

Pix Crédito pode ser evolução natural do cartão de crédito no Brasil

A rápida adoção do Pix tem estimulado uma transformação no mercado de cartões de crédito. Bancos e administradoras de cartões estão desenvolvendo a funcionalidade de Pix Crédito, que funciona de forma semelhante a um cartão de crédito, permitindo que os usuários transfiram fundos e paguem na próxima fatura ou até mesmo parcelado.

Especialistas preveem que esta tendência continuará, com o Pix Crédito substituindo gradativamente os cartões de crédito tradicionais, à medida que mais consumidores aproveitem as vantagens de uma transação mais direta e sem intermediários. É esperado, inclusive, que parcelamentos no Pix Crédito sem juros se tornem uma possibilidade em breve, reforçando ainda mais a preferência dos brasileiros por esse novo método de pagamento.

Bancos observam a oportunidade de aumentar lucros ao reduzir (ou até mesmo eliminar) o número de intermediários no qual o dinheiro paga pelos estabelecimentos deve ser dividido.

O sucesso do Pix é um exemplo notável da rápida digitalização dos pagamentos no Brasil. Em menos de três anos, o sistema mostra uma incrível capacidade de adaptação e aceitação, apesar de ter surgido em um mercado já estabelecido e dominado por formas de pagamento tradicionais, como cartões de crédito e débito.

A implementação do Pix Crédito pelos bancos e administradoras de cartão é uma clara resposta a esta mudança de comportamento. As instituições financeiras estão percebendo a necessidade de se adaptar e proporcionar aos clientes mais opções de pagamentos digitais convenientes e sem taxas.

Essa tendência tem implicações significativas para o setor financeiro do Brasil, pois poderia resultar em uma maior eficiência e rentabilidade para os bancos ao eliminar dois intermediários das transações: as bandeiras de cartão e as empresas de maquininhas de cartão.

O Pix Crédito parece ser um dos caminhos para a modernização do setor de crédito brasileiro, o que poderia resultar em uma maior inclusão financeira, especialmente para os brasileiros não bancarizados ou mal atendidos pelas instituições financeiras tradicionais.

No entanto, à medida que o Pix Crédito se populariza, também surge a necessidade de monitorar e gerenciar riscos, assim como é feito com os cartões de crédito convencionais. Assuntos como fraudes, inadimplência e superendividamento serão desafios que deverão ser enfrentados.

Em resumo, a rápida ascensão do Pix como meio de pagamento preferido dos brasileiros é um sinal do dinamismo do setor financeiro do país. Enquanto novas inovações continuam a emergir, fica claro que o futuro dos pagamentos no Brasil é digital, instantâneo e cada vez mais sem barreiras.

O cenário é desafiador principalmente para as bandeiras de cartões de crédito como Visa e Mastercard, que correm o risco de perderem parte do mercado brasileiro nos pagamentos para o Pix Crédito.