Governo pode restringir parcelado sem juros no cartão de crédito



Consumidor não tem a consciência de que não existe almoço grátis! Governo pode limitar a oferta de parcelado sem juros no cartão em uma tentativa de reduzir os juros e, consequentemente, baixar os preços aos consumidores.

Depois de limitar a taxa de juros do cheque especial em 8% ao mês, o que equivale a 150% ao ano, o Banco Central do Brasil avalia intervir mais uma vez no setor financeiro, dessa vez o órgão deve limitar o parcelado sem juros no cartão de crédito.

Parcelado no cartão

Para o governo, oferta de parcelado sem juros no cartão aumenta preços e juros a todos os consumidores.

Embora o parcelamento seja feito “sem juros”, a verdade é que não existe almoço custo, o custo desse financiamento aparentemente sem juros é diluído entre os consumidores pelos estabelecimentos, muitas vezes o custo do financiamento está embutido no preço dos produtos e serviços.

Para reduzir os juros do cartão e, consequentemente, reduzir os preços, o BC avalia restringir a oferta de parcelado sem juros, tal medida poderá ter um reflexo imediato no comércio, visto que o parcelamento é uma das principais armas de vendas dos lojistas.

Essa não é a primeira ação do governo para baixar os juros e os preços, em 2018 o órgão regulador passou a permitir a diferenciação de preços de acordo com a forma de pagamento, tal medido criou uma concorrência entre os meios de pagamentos, permitindo, por exemplo, que o lojista cobre um valor menor do cliente que paga em dinheiro ou outra forma de pagamento menos onerosa.

O fim do parcelamento sem juros faria com que os consumidores tivessem consciência sobre o real custo dos financiamentos nos cartões de crédito. A verdade é que o pagamento à vista sempre sai mais barato.

Quanto maior for a quantidade de parcelas, maior o risco para o estabelecimento e/ou credenciadora (dependendo da forma de financiamento) e, consequentemente, maior a taxa de juros para o financiamento.

Com consciência maior sobre o custo do crédito, a tendência é que os consumidores passem a priorizar os pagamentos à vista, o que pode reduzir o endividamento dos brasileiros, mas, ao mesmo tempo, também pode frear o consumo, dependendo do quão limitante for a restrição do Banco Central para o financiamento sem juros no cartão de crédito.

Em outros países como os Estados Unidos, por exemplo, não é comum que o consumidor consiga parcelar compras no cartão de crédito, ainda mais sem juros! O que o titular pode fazer é financiar a fatura, no modelo norte-americano o consumidor acaba tendo o real custo do financiamento, o que faz com que as taxas de juros por lá sejam bem menores.