Alerta: Golpe de assinaturas de revistas com cartão em aeroportos



Mala ou mochila “grátis”! Editoras de revistas vendem falsas assinaturas gratuitas de revistas em aeroportos, entenda o golpe que vem usando o nome de companhias aéreas e bandeiras de cartões de crédito.

Se você vai viajar é importante tomar cuidado com golpes, principalmente, nos aeroportos. Há anos editoras de revistas utilizam esses lugares para enganar passageiros e vender assinaturas de revistas que, supostamente, seriam gratuitas. Em praticamente todos os aeroportos existem guichês de editoras de revistas que quase sempre utilizam da mesma tática para enganar clientes de cartões de crédito.

A técnica é quase sempre a mesma! Eles se passam por funcionários dos aeroportos e oferecem uma assinatura “gratuita”, mas lançam a cobrança de um ano de assinatura de revista no cartão de crédito do passageiro aproveitando o momento de distração.

Fraude com cartão de crédito

Em caso de fraude em compras pelas internet com cartão de crédito é possível contestar a transação junto a administradora e, assim, recuperar o dinheiro (divulgação)

Os vendedores anotam os dados do cartão de crédito ou então lançam a compra na maquininha. Caso o funcionário anote os dados do cartão é comum que eles só lancem a cobrança após o embarque do passageiro, pois sabem que dali em diante ficará mais difícil para o passageiro voltar para reclamar.

Acredito que a maior base de assinantes das editoras é obtida através de abordagens em aeroportos, tanto que nos últimos anos aumentou muito o número de guichês, a maioria deles com malas e outros supostos brindes. A assinatura de um conjunto de revistas pode facilmente ultrapassar os mil reais por ano, dependendo do tipo de revista que for incluída na assinatura.

COMO O GOLPE DA ASSINATURA DE REVISTA NO CARTÃO FUNCIONA

A abordagem é quase sempre a mesma, no aeroporto um funcionário da editora de revista aborda o passageiro utilizando uma das seguintes táticas:

  • Cartão de embarque, por favor (o cliente pensa que é um funcionário do aeroporto ou da companhia aérea);
  • Senhor (a), é embarque ou desembarque? (se passa por bom samaritano tentando ajudar);
  • Conexão ou embarque? (oh, funcionário do aeroporto de novo)
  • Já retirou seu cartão de acesso? (o cliente pensa ser um questionamento legítimo)
  • Já pegou a senha digital?
  • Qual seu portão de embarque? (mais uma vez tentando “ajudar”);
  • Já fez o check-in? (a vítima pensa que é funcionário da companhia aérea);
  • Possui o vaucher? (o passageiro pensa ser algo relacionado a passagem);
  • Senhor (a), está com só esse volume de bagagem de mão? (isso faz o passageiro pensar que é um questionamento de segurança do aeroporto);
  • Tem líquido na bagagem? (oh, falsa “abordagem de segurança”, técnica bastante usada em guichês instalados próximos dos detectores de metais (entrada ou saída das áreas de segurança);
  • Qual o destino do senhor (a)?
  • Venha pegar o acesso digital para ler a revista de graça no avião;
  • Já pegou a senha de internet no voo? (muitos voos no Brasil nem tem WIFI! O que eles oferecem é uma amostra grátis de uma revista que pode ser baixada no celular/computador);
  • Tem bagagem para despachar? (isca para conseguir a atenção do passageiro na área de check-in e despacho de bagagem);
  • Qual seu portão de embarque? Deixa eu ver se seu portão de embarque foi alterado;
  • Já pegou o brinde da sua passagem?
  • Vamos verificar a possibilidade de fazer um upgrade no seu assento? (a suposta vítima pensa que vai ganhar um upgrade e começa dar atenção ao vendedor);
  • Tem notebook na bagagem? (se passando por agente de segurança aeroportuária);
  • Quais países foram visitados? Está acompanhado com mais alguém? Tem algo a declarar? Está dentro da cota de 500 dólares? Passaporte, por favor. (se passando por funcionário da alfândega / Receita Federal; técnica comum em embarque e desembarque de voos internacionais);
  • A sua bagagem de mão está pesando quantos kg? Se estiver fora do padrão terá que ser despachada no portão de embarque. (faz o consumidor pensar que é um funcionário da companhia aérea);
  • Já tem boarding pass? (o funcionário fala cartão de embarque em inglês para deixar o passageiro confuso, principalmente na área internacional);

Conclusão, na primeira etapa o funcionário só quer ganhar alguns minutos de atenção do passageiro para redirecioná-lo para outro funcionário para que o scam seja concluído.

Durante a abordagem o funcionário da editora de revista faz se passar por funcionário do aeroporto, muitas vezes eles utilizam o nome de companhias aéreas, bandeiras de cartões de crédito, administradoras de cartões de crédito, etc. Já os vi até utilizando o nome da Infraero. Após conseguir a atenção do passageiro na primeira abordagem o funcionário imediatamente leva o passageiro para outro funcionário no balcão.

É comum que eles peçam para ver o cartão de embarque do passageiro, isso faz com que a vítima pense que o vendedor é funcionário da companhia aérea ou do aeroporto, o que dá uma falsa sensação de legitimidade na conversa do vendedor. Duas características são comuns na abordagem: simpatia e insistência.

Na segunda etapa do golpe o funcionário do balção (guichê) tenta primeiro descobrir se o passageiro possui um cartão de crédito. Para isso eles utilizam as seguintes frases:

  • A Infraero está com uma promoção de incentivo a leitura. Se o senhor (a) tiver um cartão de crédito MasterCard ou Visa poderá ganhar 1 ano de assinatura de revista;
  • A companhia aérea X (normalmente a que está no cartão de embarque que o passageiro mostrou) está com uma campanha de incentivo a leitura. Se tiver um cartão de crédito ganhará 1 ano de assinatura de revista;
  • A bandeira X está concedendo assinatura de revista grátis aos passageiros como estímulo a leitura, basta validar o seu cartão de crédito para ganhar;
  • No dia mundial da leitura (todo dia é dia mundial da leitura para eles) estamos dando assinatura de revista de graça para os passageiros da companhia X. A única condição para ganhar é ter um cartão de crédito válido de bandeira X.

É oferecido um “brinde”, geralmente uma mala ou mochila. O que o cliente não sabe é que ao inserir o cartão de crédito na maquininha o funcionário coloca um valor exorbitante, cujo montante varia de R$700,00 a R$1.500,00, esse valor corresponde a um ano de assinatura de revista parcelado em 12x no cartão de crédito.

Caso a vítima não tenha cartão, imediatamente o suposto “brinde” deixa de existir e a conversa se encerra na hora para que o vendedor possa procurar uma outra potencial vítima.

Há situações em que o funcionário coloca imediatamente a bagagem de mão do passageiro dentro da suposta mala de brinde, tudo isso para pressionar o passageiro.

No momento do cliente digitar a senha muitos funcionários fazem de tudo para distrair o passageiro, é comum que durante essa abordagem haja mais de um funcionário conversando com a vítima para que ela não perceba o golpe. Quando o cliente questiona o valor da assinatura de revista no visor, alguns funcionários enganam o consumidor mais uma vez dizendo que após 30 dias a bandeira do cartão de crédito lançará um crédito de igual valor, o que anula o valor da compra; ou que a administradora/bandeira pagará parte da compra.

Geralmente o funcionário diz que só ficará a cobrança do envio das revistas, o que – CLARO – não acontece!

Alguns funcionários “brincam” com os números para enganar consumidores, por exemplo, eles falam que o consumidor só vai pagar R$60,00 parcelado em 10x para o custo de um ano de entrega; mas lançam o valor na maquininha com um zero a mais: R$600,00. Por estar sendo distraído muita gente acaba não percendo que R$79,99 não é igual a R$799,99; R$29,49 não é igual a R$249,49, etc. Eles utilizam números parecidos e, claro, distração para enganar os passageiros nos aeroportos. Há alguns guichês que possuem estrategicamente uma péssima iluminação, não é difícil também encontrar maquininhas de cartão de crédito cuja visibilidade no display seja péssima, tudo isso para dificultar a descoberta do real valor da assinatura.

A técnica de persuasão acaba funcionando com muitos passageiros, prova disso é que o número de guichês de editoras de revistas nos aeroportos só aumenta. Em alguns aeroportos há dezenas de espaços como esses, essa parece ser a mina de ouro de algumas empresas.

Embora a maior parte das vítimas sejam idosos, há vítimas de todas as idades. A lábia do vendedor da editora de revista acaba convencendo a pessoa de que embora o pagamento seja de um valor estratosférico, parte do valor da transação será pago pela companhia aérea, cartão, bandeira, etc, automaticamente na fatura em estímulo a leitura. A vítima acaba acreditando que embora o pagamento seja feito para o valor total da assinatura, o que será cobrado será apenas a taxa de envio das revistas.

Se todas as editoras saíssem por aí dando revista de graça elas iriam a falência. Aliás, esse é um setor em decadência, com o advento da internet ninguém quer consumir um material impresso ou então pagar caro pela assinatura de uma revista digital. É lamentável, no entanto, que para sobreviver muitas dessas empresas estejam usando técnicas ilegais para conseguir assinantes.

A desonestidade é tão grande que muitos funcionários acabam se passando por funcionários do aeroporto, companhias aéreas, bandeiras de cartões de crédito e até do governo. O golpe é antigo conhecido das administradoras de cartões de crédito, mas, infelizmente, as editoras de revistas continuam tendo espaços disponíveis nos aeroportos. Ao que tudo indica eles fazem vista grossa para o problema.

No aeroporto de Congonhas em São Paulo, por exemplo, existem vários guichês dessas administradoras! Na área de check-in, após a área de segurança (3 guichês), na área de embarque térreo (piso inferior) e no desembarque. Esse tipo de golpe também é aplicado no aeroporto internacional de Guarulhos, Viracopos, Galeão, Goiânia, Salvador, Brasília, dentre vários outros. Em quase todos os aeroportos do país há guichês de editoras de revistas usando técnicas desonestas para vender assinaturas de revistas como se fossem gratuitas!!!

Os funcionários aproveitam esses locais de deslocamento, pois, normalmente, o passageiro só passará pelo local uma vez (não é todo mundo que viaja de avião com frequência), impossibilitando que ele volte para reclamar. Um outro ponto que acaba favorecendo a aplicação do golpe é a pressa, normalmente o passageiro têm poucos minutos para o embarque, o que faz com que ele faça a assinatura da suposta revista gratuita sem ler o contrato.

Geralmente o público que não interessa para essas editoras são menores de 16 anos, pessoas sem cartão de crédito ou estrangeiros que não possuam CPF, visto que o documento é necessário para que a assinatura seja concretizada.

A pressão para atrair novos assinantes deve ser muito grande para que esses funcionários se sujeitem a isso. Alguns guichês chegam a ter mais de 10 funcionários, em Congonhas, por exemplo, eles estão posicionados estrategicamente em todas principais entradas e saídas, se o passageiro não for abordado na primeira, certamente será abordado nas outras “iscas” que estão espalhadas ao longo do aeroporto. Em Guarulhos e no Aeroporto de Porto Alegre os funcionários chegam a andar por todo o aeroporto em busca de novos assinantes.

Ao adquirir uma mala extra no aeroporto o passageiro ainda corre o risco de ter que pagar excesso de bagagem, principalmente se ele estiver com mais de uma bagagem de mão, visto que muitas companhias aéreas no Brasil cobram pela bagagem despachada.

Em um aeroporto muita gente acaba tendo a falsa sensação de segurança, mas isso não é mais realidade no Brasil, prova disso é o aumento no número de pedintes nos principais aeroportos do país. O turista, principalmente, precisa ficar atento a esses golpes, além da venda de assinaturas de revistas há pessoas que vivem de pedir dinheiro em nome de ONGs internacionais, cujo vínculo muitas vezes é duvidoso. No Aeroporto Internacional de São Paulo existe uma garota que fica com um livro pedindo doação de qualquer valor em troca de um livro de psicologia, faz mais de 2 anos que sempre a vejo lá, o que me dá indícios de que ela não faz parte de ONG nenhuma e sim utiliza a conversa para pedir dinheiro para as pessoas.

Em aeroportos as pessoas constumam ter dinheiro e cartão de crédito, pois estão viajando, é por isso que esses locais tem sido tão visados por oportunistas.

Essa técnica parece funcionar tão bem que agora até algumas editoras de jornais estão utilizando os aeroportos para conseguir vender assinaturas, recentemente vi um stand de um conceituado jornal oferecendo os mesmos brindes: as malas.

COMO CANCELAR A COBRANÇA

Esse tipo de abordagem pode ser considerado como golpe (de fato é!), o cliente tem direito a entrar em contato com a administradora de cartão de crédito e cancelar o pagamento. O quanto antes o cliente entrar em contato com o emissor do cartão, maior será a chance de conseguir o cancelamento.

Para que a administradora concorde em fazer a contestação da despesa é importante que o consumidor deixe claro que foi enganado. Geralmente basta dizer que o valor do pagamento é divergente com o que foi ofertado ou que o funcionário da editora se passou por funcionário da bandeira/cartão.

Esse golpe é tão conhecido que algumas administradoras já fazem a contestação da compra de imediato após a reclamação. A administradora entrará em contato com a empresa que gerou a cobrança e intermediará o processo de contestação de compra, processo esse que pode demorar até 20 dias úteis para ser concluído.

Importante: A reclamação/contestação deve ser feita em, no máximo, 7 dias após o pagamento, geralmente esse é o prazo legal para que o consumidor cancele uma assinatura de revista por arrependimento. Caso a contestação seja feita após sete dias, fica mais difícil conseguir o estorno da compra.

Caso perceba o golpe ainda no aeroporto, caso a transação já tenha sido cobrada no seu cartão de crédito, volte ao guichê e peça o estorno da compra. O funcionário pode alegar que isso não é possível, o que é mentira! Na própria maquininha de cartão de crédito e débito é possível fazer o cancelamento da compra.

Caso o procedimento de estorno seja realizado pode demorar até 2 faturas subsequentes para que a compra seja efetivamente cancelada. Com o canhoto de cancelamento o titular do cartão de crédito pode entrar em contato com a administradora e verificar a possibilidade de pedir a liberação do limite comprometido pela compra cancelada e/ou antecipar o estorno que já foi realizado.

Esse tipo de abordagem não pode ser considerada como uma compra legítima, pois os funcionários utilizam de má-fé para vender assinaturas de revistas. Hoje em dia praticamente ninguém está disposto a gastar quase mil reais para assinar uma revista (física ou digital), é por isso que as editoras estão usando técnicas desonestas para sobreviver.

Já falamos aqui no Cartão a Crédito que o cancelamento de compras presenciais mediante a digitação da senha pessoal e intransferível é um pouco mais complicado, mas não é impossível, principalmente se o consumidor tiver sido enganado pela empresa no momento da compra.

Geralmente a administradora não tem competência para realizar o estorno de uma compra presencial, principalmente quando ela for autorizada mediante a digitação da senha, mas em caso de fraude, golpes ou divergência de valor, ela pode – e deve – intermediar junto a empresa que realizou a cobrança. No geral a administradora entrará em contato com a contraparte pedindo esclarecimentos, se no prazo de 10 dias úteis a empresa não apresentar nenhum documento comprobatório de que a cobrança é legítima, a cobrança é suspensa do cartão de crédito do cliente.

Tenha em mente que uma vez que o valor da compra seja registrado em seu cartão de crédito, o limite ficará comprometido até que o estorno e/ou cancelamento da cobrança seja identificado pela administradora, o que, infelizmente, não é imediato.

Caso o cliente tenha pago uma ou mais parcelas da compra estornada, o valor pago indevidamente virá como crédito na fatura subsequente.

Esse post foi escrito por experiência própria! Minha mãe já foi vítima do golpe. Na época conseguimos cancelar a assinatura depois de muito reclamar na administradora do cartão de crédito, afinal, ela foi enganada.

Se possível, registre um boletim de ocorrência sobre o ocorrido, pois se trata de um crime contra o consumidor. É chocante pensar que as administradoras aeroportuárias e a polícia sabem do golpe e não fazem nada para tirar essas editoras desonestas dos aeroportos.

Das várias vezes que fui no aeroporto e me deparei com esse tipo de golpe, sempre alerto um funcionário do aeroporto, mas eles parecem que nem dão importância, da última vez denunciei o ato no guichê da Infraero, mas foi a mesma coisa do que não fazer nada, pois esses guichês continuam nos aeroportos. Sempre que possível alerto passageiros quando vejo que eles estão caindo, da última vez despertei a ira de um funcionário ao alertar o passageiro no momento em que ele estava para digitar a senha na maquininha.

Em uma rápida pesquisa na internet é possível encontrar MILHARES de relatos de vítimas do golpe de assinatura de revista, a maioria é em aeroportos, mas também é possível encontrar casos de vítimas que foram abordadas em rodoviárias, portos, estações de metrô/trem, etc.

O local onde esses guichês são instalados é geralmente um ponto de deslocamento para evitar que a vítima retorne ao local para reclamar após tomar conhecimento do golpe. É por isso que muitos funcionários perguntam primeiro onde a pessoa mora, pois eles buscam vítimas que podem encontrar dificuldade para cancelar a compra.

Vestuário – Há alguns funcionários que estrategicamente utilizam roupas e uniformes parecidos com o dos funcionários das companhias aéreas, tudo isso para facilitar a abordagem. Ao ver o funcionário da editora vestido igual um funcionário da Gol, Latam, Azul, Avianca, etc, a pessoa acaba se sentindo segura para fornecer os dados de pagamento para obter o suposto brinde.

Bloqueio do cartão de crédito

Como muitos golpistas anotam os dados do cartão de crédito da vítima: número do cartão, código de segurança e validade, nós recomendamos que entre em contato com a administradora e peça o bloqueio e emissão de uma segunda via, isso evita que a editora consiga lançar cobranças mensalmente de assinatura como se fosse uma compra pela internet (a senha não é necessária).

Com os dados do cartão de crédito a editora pode conseguir lançar mensalmente cobranças indevidas, o que pode gerar muito transtorno para o consumidor.

Cuidado com a abordagem em aeroportos, se alguém insistir para algo, desconfie! Se algo é bom geralmente o funcionário não precisa ficar insistindo, pois todo mundo quer! Não faça nada sobre pressão, desconfie caso alguém insista para algo. Não caia no jeito simpático e legal do vendedor, lembre-se de que muitos só estão ali para enganá-lo, infelizmente!

Muita gente acaba aceitando esse tipo de emprego desonesto por falta de opção, mas o ato não deixa de revelar o mau-caráter da pessoa, pois ela está ali sabendo que está enganando os consumidores.

Para quem está em viagem e só tem um único cartão disponível, bloquear o cartão pode gerar inúmeros transtornos, mas pode ser a saída para evitar fraudes no futuro. Há algumas administradoras que disponibilizam o envio de segunda via emergencial, inclusive quando o titular do cartão está em viagem, verifique junto à sua administradora se você tem direito a esse benefício.

O que fazer caso encontre dificuldade no cancelamento?

Caso o cancelamento da cobrança seja dificultado, nossa dica é para que abra uma reclamação no Procon da sua cidade, pois se trata de uma violação do Código de Defesa do Consumidor (CDC), além do ato de ludibriar o consumidor ser um crime.

Após o cancelamento a editora pode até exigir que o cliente devolva o suposto “brinde”, desde que pague pelo envio! Na maioria dos casos a editora acaba deixando a mala/mochila com o consumidor, pois ela foi ofertada como brinde.

O consumidor também pode tentar entrar em contato com o SAC da editora para pedir o cancelamento, basta informar que ele foi enganado pelo vendedor, certamente eles devem receber várias ligações com essas reclamações por dia, o que indica que as empresas têm conhecimento da tática de venda ilegal e que não fazem nada para impedir.

Importante: Ao entrar em contato por telefone anote a data, horário, nome do atendente e, se possível, grave a ligação, ela poderá ser útil caso o cancelamento seja recusado e você tenha que recorrer à justiça para reaver o valor cobrado injustamente.

Resumo do que fazer:

  • Caso perceba o golpe ainda no aeroporto e a tempo de voltar a guichê, volte ao local e exija o estorno na maquininha. Sim! Todas as maquininhas permitem o estorno de compra!
  • Caso só descubra que caiu em uma armadilha após o voo e não tenha como voltar ao local, entre em contato com a administradora de seu cartão de crédito e relate o golpe. É importante não esquecer de mencionar que foi enganado, caso contrário a administradora poderá se recusar a fazer a contestação da despesa;
  • Boletim de ocorrência – Você foi vítima de um crime, não esqueça de denunciar em uma delegacia para que as autoridades tenham ainda mais conhecimento sobre o golpe, certamente quando tiver um número bem expressivo de reclamações algo será feito (pelo menos eu espero que seja!);
  • Bloqueie o cartão de crédito e peça uma segunda via – O funcionário pode ter salvo os dados de seu cartão de crédito, para não correr risco de cobranças indevidas no futuro recomendamos que peça um novo cartão para o seu banco;
  • Denuncie a companhia aérea, bandeira, administração aeroportuária ou qualquer outra empresa que tenha tido o nome utilizado indevidamente na aplicação do golpe;
  • ReclameAqui – Registre o ocorrido também no site de reclamações, o relato da sua experiência se somará as denúncias já existentes e ajudará outros consumidores a não cair nessa armadilha. É importante tornar o acontecimento público na internet, não é necessário expor seus dados;
  • Comente – Deixe o relato do ocorrido aqui, se quiser pode fazer a denúncia de forma anônima por meio dos comentários, isso ajuda outros usuários de cartões de crédito a tomarem ciência da técnica utilizada pelas editoras de revistas, pois elas sempre estão a mudar;

Não existe almoço grátis! Desconfie sempre que alguém estiver muito insiste com algo, não informe os dados de seu cartão de crédito em troca de supostos brindes, certamente tem alguma coisa errada quando alguém te oferece algo de graça mas pede dados de pagamento.

Além de malas e mochilas, já os vi também oferecendo outros itens como: câmera, carregador portátil de bateria (power bank), fone de ouvido, kit de voo (travesseiro, pasta de dente, tampão de olho/ouvido, etc), perfume, adaptador universal de tomada, suvenir, capinha para celular, travesseiro para pescoço, livro, dentre vários outros itens. Certamente que o valor cobrando já inclui a assinatura de revista e o valor do falso brinde. A diversificação dos itens se deve principalmente as restrições de bagagens de mão nas companhias aéreas.

Processar a empresa – Caso reúna provas de que foi enganado pela editora, poderá ganhar uma indenização caso processe a empresa na justiça. Para pedidos de indenização de até 20 salários-mínimos é possível utilizar o Juizado Especial Civil, através dele é possível entrar com uma ação de indenização sem precisar gastar dinheiro com advogado (também conhecido como juizado de pequenas causas).

Há casos de clientes que ficaram sem limite no cartão de crédito durante as férias por conta do golpe, neste caso a indenização pode ser moral e material. Infelizmente essas empresas só vão parar com essa má conduta quando doer no bolso de verdade, aí a atividade desonesta não compensará.

Além do prejuízo financeiro o consumidor que fornece dados pessoais a pessoas que enganam o consumidor acabam colocando em risco toda a sua vida financeira, pois nada garante que seus dados pessoais não serão utilizados indevidamente por aí; ainda mais se tratando de empresas e pessoas que utilizam técnicas desonestas para vender. Há empresas que lucram com a venda de dados de consumidores, portanto, fique atento para quem você fornece seus documentos pessoais, pois eles podem parar em mãos erradas e gerar diversos transtornos.

Caso este post tenha sido útil, compartilhe com seus familiares e amigos e evite que eles também sejam vítima, sempre que tiver algum familiar viajando, lembre-se de alertá-los sobre a presença de golpistas em aeroportos e pontos turísticos.